O brasileiro nunca foi mesmo muito fã de partidos políticos, mas o PMDB já teve um momento histórico de aprovação popular quando da redemocratização do Brasil após o golpe militar.
O PMDB de agora é diferente. Tirou o "P" para tentar lembrar o tempo do Movimento Democrático Brasileiro, mas seus líderes atuais não são nem sobra do passado.
No cenário nacional não temos mais Ulisses Guimarães e o partido tem que se contentar com Michel Temer. No cenário municipal não temos mais Bete Lago, que arrastava multidões e o líder atual é Roberto Costa que causa um descontentamento geral no partido, causando um esvaziamento preocupante.
O que foi o MDB?
Movimento Democrático Brasileiro foi criado em março de 1966 para ser uma espécie de oposição branda à ditadura e, assim, dar alguma legitimidade ao Governo militar, explica a cientista política Maria Victória Benevides, em um artigo publicado em 1986 intitulado "Ai que saudade do MDB". O objetivo era criar a imagem de que havia espaço na sociedade para posições contraditórias ao regime. O movimento era uma reunião de partidos que foram extintos pelo Ato Institucional número 2 (AI-2), especialmente o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), que tinha entre seus nomes o presidente deposto João Goulart e Leonel Brizola. Também reunia movimentos socialistas e progressistas. "Era uma oposição tolerada contra a ditadura, mas que fazia frente à repressão militar", explica Benevides no artigo. Com o tempo, a legenda acabou se tornando um símbolo da resistência.
"Durante o Governo militar o bipartidarismo era obrigatório. E só era permitido um partido de oposição. Por isso, a sigla reuniu todas as tendências de oposição", explica o cientista político Lamounier. "O MDB, então, cresceu rapidamente e veio a ser percebido pelos eleitores, principalmente os mais pobres, como o partido que estava ao lado dos pobres e contra o Governo. Não é que tivesse uma política que favorecesse os pobres, porque ele não podia fazer nada de concreto, mas a sigla ganhou essa conotação e, com isso, se tornou eleitoralmente muito forte".
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