‘Fiquei quieto por 45 anos', diz Paulo Coelho sobre possível traição de Raul.
(FOLHAPRESS) - O escritor Paulo Coelho revelou que sabia sobre a possibilidade de Raul Seixas tê-lo entregado para os militares durante a ditadura.
"Fiquei quieto por 45 anos. Achei que levava segredo para o túmulo", escreveu no Twitter.
A história, que estava oculta até agora, veio à tona no livro "Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida", do jornalista Jotabê Medeiros, com lançamento previsto para o próximo dia 1º.
O caso, segundo a obra, aconteceu em maio de 1974, quando Raul e Coelho desfrutavam do sucesso de "Krig-ha, Bandolo!", disco lançado no ano anterior e que já tinha mais de 100 mil cópias vendidas.
Segundo Medeiros, Raul havia sido chamado para dar um depoimento no Dops, o Departamento de Ordem Política e Social da ditadura militar, e ligou para o amigo para acompanhá-lo e ajudá-lo a dar os esclarecimentos sobre as músicas que haviam feito em parceria.
Paulo Coelho não sabia, mas essa não era primeira vez naqueles dias que Raul ia ao prédio. O autor de "O Alquimista" passou por sessões de tortura por duas semanas.
"Comparei as datas e vi que, entre o primeiro depoimento de Raul ao Dops e o segundo depoimento, no qual ele levou Paulo Coelho, demorou pouquíssimo tempo", disse Medeiros em entrevista à Folha de S.Paulo.
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