COLUNA DO ZÉ LOPES - EU, ZÉ LOPES, COGNOME GRATIDÃO
Desde abril venho tratando uma cirurgia no pé direito e por isso a alternância entre socorrões, socorrinhos, clínicas, hospitais, Upas, unidades mistas e cuidados particulares com profissionais capacitados para aceleração da cicatrização. O resultado é o melhor possível já em processo final.
Apesar do progresso demorado, nunca deixei me afetar, abater e nem dei lugares a melancolia, tristeza, vazio, apesar de sentimentos análogos cismarem em espreitas e vigílias tornando insones algumas noites que pareciam azuis.
Confesso que sofri e ainda sofro com toda essa mazela, a vida passa, as coisas acontecem e você convalescendo deitado sem nenhum poder de combate corporal, quiçá mental, o que serve como consolo e só. O tédio é inevitável, o flagelo não, apesar dos livros, filmes, jogos, jornais, passatempos, dorme-se e acorda-se com o mesmo cenário ao redor, tudo se repete.
Financeiramente é um tratamento que te corrói e dói, material caro, mão de obra cara, locomoção cara e a pressa na tua cabeça não condiz com a real lentidão dos fatos. Daí a série de sentimentos atravessados.
Dias atrás fui fazer um exame de praxe e me internaram para correção de algumas taxas. Passei quatro dias na Unidade Mista do Bacanga recebi alta no sábado, saí tranquilo, mas ao chegar em casa já me senti febril.
Passei a noite sem dormir com uma tremenda falta de ar e pela manhã a coisa piorou e fui levado as pressas para a Unidade Mista do Bequimão onde o quadro se agravou e tive que ir pra bomba de oxigênio.
Feito os exames preliminares fui detectado com uma forte infecção e com uma anemia profunda, o que quase me tirou a vida. Fiquei realmente muito mal.
A má notícia correu, dezenas de mensagens, ligações, visitas, preocupações fizeram uma reviravolta, o que me fez repensar no sentido da frase: Quer saber quem são teus amigos, adoeça.
Pois é, adoeci é recebi ajudas, a principio fui transferido pro Hospital Carlos Macieira, onde continuo internado e muito bem cuidado.
Tudo é dor. Furadas para controle da glicose, apertos para aferir pressão, injeção, agulhadas para coleta de sangue, para colocação de de acesso, soro, antibiótico, desbridamento, cirurgia, curativo, esparadrapo. Tudo é dor, sem falar na física e psicológica.
O que venho externar aqui é a minha gratidão a tantos amigos que fizeram campanhas financeiras e arrecadaram cotas em prol da minha pessoa, da minha saúde, o que foi fundamental para compra de insumos. Quero agradecer a cada um, de todo coração, sem distinção e dizer que parte dessa ajuda também serviu para que eu ajudasse outras pessoas que também passam por problemas de saúde. Quero agradecer as orações, aos pedidos de intersecção, as mensagens, as ligações. Quero, mesmo que virtualmente, abraçar a cada um e dizer muito obrigado.
Continuo precisando da força espiritual de todos, ainda continuo internado em tratamento e ontem passei por mais um procedimento cirúrgico e estou na UTI em observação. A unica palavra que me resta é gratidão e com ela agora semeio o mundo nesse frio leito de um hospital cercado de ais e uis por todos os lados.
Estou aqui muito confiante, pedindo a Deus pela minha cura, pela minha recuperação, afinal, continuo o mesmo Zé Lopes, aquele que escolheu como profissão, a esperança é que, como a ave Fênix, renasce das cinzas todos os dias.
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