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sábado, junho 29, 2024

O ex-CEO das Americanas está solto (atualizado) em Madri.

Miguel Gutierrez, ex-CEO das Americanas, foi preso pela Interpol em Madri, na Espanha, mas já está solto. 

O ex-CEO das Americanas Miguel Gutierrez foi liberado pelas autoridades espanholas neste sábado (29). Ele havia sido detido pela Interpol em Madri, na sexta-feira (28), após operação da Polícia Federal no Brasil.

 O QUE ACONTECEU ANTES?

A Polícia Federal foi comunicada hoje (28) sobre a prisão. Alvo de mandado de prisão preventiva ontem, o empresário não foi encontrado pela PF na casa dele, no Rio de Janeiro. Por isso, seu nome foi para a lista vermelha da Interpol, a pedido da polícia brasileira.

PF aguarda procedimento de extradição para buscar o executivo. O UOL apurou que a audiência de custódia foi marcada para este amanhã (29). A partir daí, as autoridades brasileiras e espanholas vão trocar informações para que agentes da PF possam buscá-lo em Madri.


O que aconteceu? 

A Polícia Federal incluiu o ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, na difusão vermelha da Interpol. Essa medida foi tomada após a emissão de um mandado de prisão preventiva contra Gutierrez e a ex-executiva Anna Saicali.

Ambos são investigados por um rombo de mais de R$ 20 bilhões na Americanas, que abalou o mercado financeiro brasileiro.

A difusão vermelha é um sistema internacional de alerta, utilizado para localizar e prender indivíduos que se encontram fora do país de origem.

Com a inclusão de Gutierrez e Saicali, os países membros da Interpol poderão cumprir o mandado de prisão em caso de deslocamento dos alvos. Esse passo demonstra a seriedade das investigações e a determinação das autoridades em trazer os responsáveis à justiça.

Miguel Gutierrez, que deixou o Brasil logo após sua saída do comando da Americanas, possui dupla nacionalidade, brasileira e espanhola. Anna Saicali também teria deixado o país, conforme informações obtidas pela reportagem.

Até o momento, a assessoria de Saicali não se pronunciou sobre o caso, enquanto a defesa de Gutierrez alegou não ter acesso aos autos das medidas cautelares, reiterando que ele nunca participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que está colaborando com as autoridades.

A investigação da Polícia Federal revelou que Miguel Gutierrez vendeu R$ 158 milhões em ações da Americanas após ser informado de sua substituição e da iminente descoberta das irregularidades.

Venda de ações

No total, 11 ex-executivos da empresa venderam mais de R$ 250 milhões em ações, utilizando informações privilegiadas. Esses dados foram negociados a partir de julho de 2022, quando Gutierrez foi informado sobre a sucessão de comando por Sergio Rial.

Entre os ex-executivos envolvidos, Anna Saicali vendeu R$ 57 milhões em ações. Outros nomes incluem José Timotheo de Barros, Márcio Cruz Meirelles, Carlos Padilha, Murilo Correa, Fabio Abrate, João Guerra, Jean Lessa, Maria Christina Nascimento e Raoni Lapagesse. Todos eles são alvos da operação deflagrada pela PF, denominada “disclosure”, que visa dar transparência à situação econômica da empresa.

A ação da Polícia Federal contou com a participação de cerca de 80 policiais, que cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores da Americanas no Rio de Janeiro.

Além disso, a Justiça Federal ordenou o sequestro de bens e valores dos ex-diretores, totalizando mais de R$ 500 milhões. A operação se baseou em acordos de colaboração premiada com ex-diretores financeiros da empresa, que revelaram detalhes sobre as fraudes contábeis.

As irregularidades na Americanas foram reveladas no início de 2023, quando a empresa informou ao mercado inconsistências contábeis de mais de R$ 20 bilhões, resultando em um processo de recuperação judicial.

As investigações apontaram que essas inconsistências eram, na verdade, fraudes contábeis sofisticadas, que manipularam o valor de mercado das ações da empresa e beneficiaram os executivos com bonificações.

Os crimes investigados incluem manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e associação criminosa, com penas que podem chegar a até 26 anos de reclusão.

As medidas da operação foram autorizadas pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, reforçando o compromisso das autoridades em responsabilizar os envolvidos e restabelecer a confiança no mercado financeiro.

 (Fonte: Folhapress)

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