17/08/2025

POESIA. Por Abel Carvalho.

 Sem destino


Eis que busco na memória um rumo

Submirgo em caminhos desconhecidos

Mas que já vivi

Em busca do resgate das origens

Que há muito se perderam


Sem destino vago ermo em desalento

Mergulho em ruas de utopias

Visito a minha antiga moradia

Subverto ao canto das lembranças 

O tempo que não volta 

A vida que se foi


Não encontro nenhum dos antepassados que perdir

Todos são apenas sombras

Sou herança genética finda

Não tenho como segurar o que se foi

Pegar 

Apalpar

Sentir de novo

Abraçar e pedir colo

Contar tudo que passei


Vivi metade dos meus dias

Sem testemunhas afetivas

Em dias povoados de angústias 

Um mar de eterna solidão 


Hoje

Velho e quebrantado

Tenho que seguir

A vida me chama

Pouco importa os dissabores 

Que virão 

Quero viver mais 

Pelo menos

Trinta anos

Não importa a inquietude 

Que há de vir


Abel Carvalho

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