21/09/2025

A ARTE INFINDA DE ZÉ LOPES.


FUTURO DO PRESENTE


As vezes

O que se achava amor

Se apresenta como um Punhal

E age em forma de dor

Como fardos de cerveja

Ou garrafas de vinho

A anestesiar o corpo

Entorpecer a mente

E alimentar o ego

Com petiscos e carnes

 Frutas e grãos. 

Quão desastrosa

É  a desventura 

De não ser entendido.

Palavras vãs 

Conselhos vãos

E a vida vai

Veloz e fugaz

A marcar com seu grafite 

O espaço da tinta

Que ora pinta o nada

Bem ali diante dos olhos

Nada de concreto peço 

E o abstrato sem trato

É ignorado.

O passado espera no futuro

O fruto do presente

E as linhas convergem ao mesmo ponto.

Como festas contínuas

E orgias no Palácio de Eros

A comida estragada 

A bebida vencida

A roupa esquecida

E eu varrendo esse chão de inutilidades

Tentando salvar um pouco

Do muito que jogastes fora.


Zé Lopes

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