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13/10/2025

OPNIÃO - DIETAS MEDICAMENTOSAS.

Do fim do omeprazol ao império dos injetáveis: a nova fronteira da dieta medicamentosa


Por muito tempo, o omeprazol foi o queridinho das dietas. Bastava uma refeição mais pesada, uma azia ou aquele desconforto típico de quem exagerou no fim de semana, e lá estava ele — o protetor gástrico “salvador” de milhões de estômagos brasileiros. O medicamento virou quase um complemento alimentar, usado muitas vezes sem prescrição e sem o devido controle médico.

Agora, uma reportagem recente do Diário do Litoral chama atenção para um movimento contrário: médicos estão cortando o omeprazol das receitas, justamente por causa dos riscos do uso prolongado — que vão desde a má absorção de nutrientes até problemas renais e ósseos. O que antes parecia inofensivo, agora é visto como potencial vilão silencioso da saúde gástrica e metabólica.

Mas o mais interessante é observar como a ciência e a sociedade se movem em ciclos. O que ontem era o “remédio milagroso” hoje se transforma em preocupação médica. E, enquanto o omeprazol sai discretamente do palco principal, outra geração de fármacos assume o protagonismo: os injetáveis para emagrecimento, como a semaglutida e a tirzepatida — drogas que, em poucos anos, revolucionaram o conceito de tratamento contra a obesidade e ganharam status de “solução definitiva” para a balança.

A lógica é parecida. Assim como o omeprazol prometia o alívio rápido da azia e dos excessos alimentares, os novos medicamentos oferecem a promessa de um corpo leve, saudável e com menos esforço. A diferença está no alcance da promessa — e no custo dela. Se antes o comprimido de omeprazol custava poucos reais e era vendido em qualquer farmácia, os novos “remédios da moda” custam caro, exigem prescrição rigorosa e acompanhamento médico.


No entanto, o discurso é sedutor: resultados visíveis, redução do apetite, melhora do metabolismo e até controle glicêmico. 

A indústria farmacêutica, com sua habitual agilidade, entendeu o desejo humano pela transformação rápida — e o mercado respondeu com força. Hoje, o uso de medicamentos injetáveis para emagrecer cresce em ritmo quase exponencial, movendo cifras bilionárias e moldando novos hábitos.

Mas há uma questão ética e científica que precisa ser lembrada: nenhum medicamento é neutro. Assim como o omeprazol, esses fármacos também apresentam efeitos colaterais — náuseas, desconfortos digestivos, perda de massa muscular, e, em alguns casos, o temido “efeito rebote” após a suspensão do tratamento. O uso indiscriminado, sem avaliação clínica, pode transformar o sonho da boa forma em um novo pesadelo médico.

Em suma, a história se repete, apenas com novos protagonistas. O omeprazol simbolizou a era da automedicação disfarçada de prevenção; os injetáveis marcam a era da biotecnologia aplicada ao corpo como projeto estético. Ambos refletem o mesmo fenômeno: a busca pela solução rápida — seja para a dor de estômago ou para o reflexo no espelho.

O que muda, talvez, não seja o medicamento, mas o modo como lidamos com nossos próprios limites. A ciência avança, mas a pressa humana continua a mesma.

Por Rogério Alves – Aqui você diz o que pensa

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