O ex-líder da banda Chiclete com Banana teve encontro com as promotoras de justiça Márcia Regina Teixeira (Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher) e Lívia Maria Vaz (Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação).
Na reunião, cantor e compositores assinaram um termo de ajustamento de conduta para fazer adequações, eliminando os trechos que causaram polêmica após o lançamento da música na semana passada.
"Tive o prazer de conhecer pessoas que me falaram mais um pouco sobre o momento político da discriminação e do racismo contra a mulher negra. Os compositores resolveram fazer as modificações necessárias para assegurar que nenhuma mulher se sentisse desrespeitada", consta de comunicado do cantor.
Além da alteração na letra, o acordo prevê que Bell participe de campanhas de combate ao racismo e ao machismo no Carnaval.
Mudanças
Com as modificações, em vez de "minha nega, vai lá no salão, faz aquele corte que seu nego gosta de te ver", a letra passa a conter "minha deusa, dia de salão, lindo é seu jeito, todo mundo gosta de te ver".
Outra adequação: sai "ô, mainha, mas eu só gosto do cabelo de chapinha, mainha. Ô tá liso, tá lisinho. Tá liso, tá lisinho" , dando lugar a "ô, mainha, eu também gosto de cabelo de chapinha, mainha, ô tá lindo, tá lindinho. Tá lindo, tá lindinho".
Confira a nova letra:
Com esse amor ninguém podeSó água na cabeçaPra apagar o fogoCabelo crespo, cabelo liso, cabelo black, cabelo loiroMinha Deusa, dia de salãoLindo é seu jeito, todo mundo gosta de te verMe traz seu coraçãoQue esta noite só vai dar eu e vocêCom esse amor ninguém podeSó água na cabeçaPra apagar o fogoÔ, mainha, Eu também gosto do cabelo de chapinha, mainhaTá lindo, tá lindinho, tá lindo, tá lindinho
Para a promotora de justiça Márcia Teixeira, entende que foi importante ele (Bell) se colocar à disposição e mostrar que deseja colaborar contra todas as formas de discriminação.
Já a Secretária de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana que estava no Ministério Público quando Bell assinou o documento disse que a postura do cantor foi "acertada", ao se dispor como aliado dos órgãos de combate à violência contra a mulher e de combate ao racismo. "Essa atitude de reconhecer o erro é fundamental para que a gente possa corrigir práticas discriminatórias", disse Olívia.