Durante todo o governo Bolsonaro se mirou na Venezuela como um exemplo de má gestão da esquerda.
Vou mostrar uma outra versão para sua reflexão.
A quatro anos atrás a oposição venezuelana decidiu instalar um “governo paralelo” e proclamar Juan Guaidó “presidente interino”, na tentativa de destituir Nicolás Maduro.
Na tentativa de desestabilizar Maduro, os EUA e a União Europeia, como se jogassem Banco Imobiliário, entregaram a Guaidó a administração de bilhões de dólares pertencentes ao país, decisão que aprofundou a crise humanitária, ao lado das duras sanções econômicas. Mas é evidente que a ditadura de Maduro não pode ser isentada de responsabilidade e não se pode apagar todas as mazelas de um regime autoritário, mas pode explicar como um país extremamente rico, com imensas reservas de petróleo, não consegue superar uma crise financeira.
E QUEM É O PRESIDENTE DA VENEZUELA?
Para a surpresa geral, os principais partidos opositores do chavismo decidiram “destituir” Guaidó, incapaz de se firmar como uma opção real de poder e em baixa entre os eleitores (sua aprovação desde 2019 caiu de 60% para 20%).
O “impeachment” coincide com o fim de mandato de Jair Bolsonaro no Brasil, último apoiador do “governo paralelo” nas Américas. Antes dele, saíram de cena os outros três pilares da aventura: Donald Trump, nos Estados Unidos, Mauricio Macri, na Argentina, e Iván Duque, na Colômbia.
Infelizmente, o faz de conta custou caro aos ve- nezuelanos.
Entre os objetivos diplomáticos de Lula está a reincorporação da Venezuela nos acordos sub-regionais, o que só é possível se os vizinhos aceitarem as regras democráticas. Na virada do ano, o presidente Maduro fez um aceno a Joe Biden: declarou-se pronto a retomar as relações diplomáticas com os EUA.
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