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terça-feira, julho 24, 2018

POLÍTICA

Marina ataca acordo de Alckmin com centrão: 'condomínio da Dilma'

Pré-candidata compara apoio conquistado por tucano com aliança que elegeu petista

PA Piracicaba ( SP ) 23/07/2018 Maria Silva faz reunião com fiados da REDE . Foto: Edilson Dantas / Agencia O GloboAGÊNCIA O GLOBO /
POR DIMITRIUS DANTAS, ENVIADO ESPECIAL23/07/2018 - 18:51 | ATUALIZADO: 24/07/2018 - 08:28
PIRACICABA - A pré-candidata da Rede Sustentabilidade,  Marina Silva , subiu o tom das críticas contra o tucano  Geraldo Alckmin após o acordo do presidenciável do PSDB com o  centrão , bloco de partidos que une DEM, PP, PRB, PR e SD. A ex-senadora se encontrou com filiados do partido na casa de um dos de seus apoiadores em Piracicaba. Marina comparou o acordo feito por Alckmin com a aliança que elegeu Dilma Rousseff para a presidência em 2014, garantindo à petista quase metade do tempo da propaganda eleitoral na televisão.
— O condomínio do Alckmin é o condomínio que era da Dilma em 2014. Com uma diferença, a Dilma tinha 12 minutos de 30 minutos do horário eleitoral. O Alckmin tem 10 de 20 minutos — afirmou.
Além do centrão, o tucano tinha já outras alianças praticamente confirmadas, com PTB, PPS e PV. Os dois últimos também fizeram contatos com a Rede. Marina, no entanto, mirou os ataques no centrão. Segundo ela, o grupo é um "buraco-negro" que sugaria as esperanças dos brasileiros.
— Fizeram um serviço com a Dilma e o Temer e agora acharam um novo condomínio para chamar de seu — disse.
Nas últimas semanas, o grupo de Marina trabalhou para atrair algum partido que lhe garantisse mais do que os 12 segundos aos quais a Rede tem direito. No entanto, tanto o PV quanto o PPS tendem a abrir mão de se aliar com Marina.
A pré-candidata, no entanto, deve contar com apoios isolados dentro desses partidos. Na convenção estadual do diretório paulista do PV, realizada no último sábado, Eduardo Jorge, candidato a presidente em 2014, anunciou que irá apoiar Marina. No PPS, o senador Cristovam Buarque é visto como um dos defensores da ex-senadora.
A pré-candidata admitiu os problemas na costura de alianças e atribuiu as dificuldades à exigência que a Rede faz com os partidos de que seja feito um acordo programático. A convenção nacional da sigla, que irá indicar Marina como a candidata à Presidência, acontecerá no dia 4 de agosto. A tendência é que o vice seja também da Rede, mas não deve ser anunciado no mesmo dia. Um dos cotados é o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello. Pessoas próximas a ele afirmam que o flamenguista está disposto a cumprir o papel "que Marina mandar".
— Temos excelentes pratas da casa. Ou ouros da casa — brincou a ex-senadora.
Marina também admitiu que conversa com outros pré-candidatos, mas destacou que o diálogo não inclui que nenhum deles abra mão de suas campanhas. Entre os citados, a ambientalista afirmou que já conversou com Ciro Gomes e Álvaro Dias. Segundo ela, as conversas não precisam ser realizadas apenas após a eleição, sobretudo entre as lideranças que não foram "pegas no doping" da Lava-Jato.
— Temos conversado, o que não significa que alguém tenha que desistir de seus projetos — disse.

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