Oposição apoiou PEC das Bondades
Ninguém vai poder reclamar quando Bolsonaro começar a crescer nas pesquisas por causa do dinheiro dado a caminhoneiros e taxistas, distribuição de gás e auxilio financeiro para os mais necessitados.
A celeridade com que a PEC das Bondades tramitou na Câmara — inclusive com manobras do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) — e o apoio da oposição à proposta provocam críticas da sociedade, mas não pode ser considerada ilegal.
O texto, aprovado na quarta-feira em segundo turno, recebeu 469 votos a favor, 17 contra e duas abstenções.
A cientista política Beatriz Finochio apontou que diversas nuances comprovam o caráter eleitoreiro das medidas.
"No momento em que houve a necessidade de votar a PEC por videoconferência, houve uma mobilização geral para que tivesse aprovação. Coisas que em PECs muito mais necessárias, como a da reforma tributária, não acontecem. A cultura é de eleição e voto em primeiro lugar, e não a saúde econômica do país", reprovou.
A opinião da especialista mostra que esse interesse eleitoreiro não diz respeito apenas à base do governo. "Na hora que tiver medidas populistas, não existe oposição, existe interesse em voto."
O mais grave é a inclusão, na PEC, do estado de emergência, para driblar a Lei Eleitoral — a legislação proíbe benesses às vésperas das eleições, exceto em caso de emergência ou de calamidade pública.
Depois não venham reclamar que o presidente da república venha ampliar o Estado de emergência suspendendo e/ou mudando algumas das funções do executivo, do legislativo ou do judiciário enquanto o país estiver neste estado excepcional. Cabe até alerta aos cidadãos para que ajustem seu comportamento de acordo com a nova situação, além de comandar às agências governamentais a implementação de planos de emergência.
Tudo isso é um grande risco em tempo de eleição, mas foi aprovado por todos, inclusive pela oposição.
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