Sem destino
Eis que busco na memória um rumo
Submirgo em caminhos desconhecidos
Mas que já vivi
Em busca do resgate das origens
Que há muito se perderam
Sem destino vago ermo em desalento
Mergulho em ruas de utopias
Visito a minha antiga moradia
Subverto ao canto das lembranças
O tempo que não volta
A vida que se foi
Não encontro nenhum dos antepassados que perdir
Todos são apenas sombras
Sou herança genética finda
Não tenho como segurar o que se foi
Pegar
Apalpar
Sentir de novo
Abraçar e pedir colo
Contar tudo que passei
Vivi metade dos meus dias
Sem testemunhas afetivas
Em dias povoados de angústias
Um mar de eterna solidão
Hoje
Velho e quebrantado
Tenho que seguir
A vida me chama
Pouco importa os dissabores
Que virão
Quero viver mais
Pelo menos
Trinta anos
Não importa a inquietude
Que há de vir
Abel Carvalho
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