Em recente notícia, a Ordem dos Advogados do Brasil apontou uma marca histórica: o Brasil atingiu o número de 1 milhão de inscritos nos quadros do exame da ordem.
É provável que nem todos os inscritos exerçam a atividade da advocacia, mas o número impressiona. Há 1 advogado para cada 206 brasileiros.
Não só parece muito, é muito advogado e pouca justiça.
Não só parece muito, é muito advogado e pouca justiça.
O número de bacharéis em Direito é, certamente, muito superior a isso: o número de servidores públicos, membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, além daqueles que não estão inscritos na OAB (não aprovados, não exercentes do ramo jurídico, etc.) é capaz de, facilmente, triplicar o número indicado.
O excesso de profissionais em determinada área cria uma diaputa desleal e um desequilíbrio quanto à necessidade. O mercado satura. O resultado é a mercantilização, a busca por promoções e com remunerações cada vez mais baixas.
Cada vez mais ouvem-se casos de advogados cobrando R$ 20,00 para realização de audiências, o que gera indignação, mas é decorrência lógica dessa enxurrada de profissionais na área.
Uma coisa é evidente: para bons profissionais sempre haverá espaço. Ainda há quem consiga descobrir bons nichos de mercado, especializando-se, aprimorando e aprofundando sua preparação.
Contudo, é fundamental orientar e direcionar aqueles que vão se inserir no ensino superior, para que busquem um curso pela sua aptidão e que as faculdades voltem a avaliar seus conteúdos buscando a excelência dos profissionais.