COP 30: PREÇOS MILIONÁRIOS

 

Falta de hospedagem pode tirar a COP 30 de Belém: preços chegam a R$ 1 milhão

A cidade de Belém (PA), escolhida para sediar a COP 30 em 2025, corre sério risco de perder o evento devido à falta de infraestrutura hoteleira adequada. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deve reunir chefes de Estado, ministros, diplomatas, cientistas e ativistas de todo o mundo. No entanto, o mercado imobiliário da capital paraense já dá sinais de colapso.

O problema central é a escassez de hospedagem com padrões exigidos para um evento de escala internacional. A situação gerou uma corrida especulativa: acomodações simples estão sendo anunciadas por preços astronômicos. Um apartamento de dois quartos, que normalmente seria alugado por valores em torno de R$ 10 mil durante um evento de grande porte, está sendo ofertado por até R$ 1 milhão para o período da COP.

Além dos preços abusivos, há um temor crescente quanto à capacidade de Belém de garantir segurança, transporte e logística para um evento que pode receber mais de 50 mil visitantes. A falta de hotéis de redes internacionais, somada à precariedade do sistema de saneamento básico e ao histórico de inundações na capital paraense, pesa contra a manutenção da sede.

O Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e do Turismo, já discute alternativas emergenciais, como a instalação de navios-hotel no porto de Belém e a construção de vilas temporárias, a exemplo do que foi feito em outros eventos internacionais. No entanto, a proximidade do evento, previsto para novembro de 2025, impõe um desafio logístico quase intransponível.

Oportunidade ou vexame internacional?

Para muitos analistas, o Brasil corre o risco de transformar uma oportunidade histórica em um vexame global. A COP 30 seria a primeira conferência climática realizada na Amazônia, com potencial de colocar as pautas ambientais do país no centro das discussões mundiais. No entanto, a incapacidade de organizar a logística básica para o evento pode gerar um desgaste de imagem sem precedentes.

Os organizadores da ONU já demonstram preocupação e cogitam levar o evento para uma cidade com estrutura mais robusta, como Brasília ou Rio de Janeiro. Caso isso ocorra, Belém não apenas perderá os benefícios econômicos da conferência, mas também verá frustrado o discurso de valorização da Amazônia como protagonista nas discussões sobre mudanças climáticas.