O Ipolítica do Jornal O Estado do Maranhãoentrevistou com exclusividade a senadora maranhense Ana Paula Lobato, que assumiu o comando estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
No breve diálogo, a parlamentar falou sobre a prioridade nacional da legenda para o Maranhão; a reação da bancada do partido na Assembleia Legislativa do Maranhão e a postura que deverá ser adotada pelo comando diante da crise já instalada.
Na entrevista
também há abordagem sobre a relação entre o PSB e o pré-candidato ao
Governo do Estado, Felipe Camarão (PT), bem como a aproximação da
legenda com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).
Ana Paula afirmou estar disposta a dialogar com os dissidentes da legenda, e fez referência ao ex-governador e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.
A socialista também assegurou que permanecerá na oposição ao governo Carlos Brandão. O fato curioso é que o chefe do Executivo foi eleito e ainda pertence aos quadros do PSB. Ana Paula não explicou como administrará este cenário, muito menos entrou no mérito a respeito da permanência ou não de Brandão na sigla.

Abaixo, a íntegra da entrevista com a senadora do PSB.
Ipolítica: Senadora, você assumiu nesta semana o comando do PSB no Maranhão. Qual a prioridade atribuída à sua gestão para o estado, por parte da direção nacional da legenda?
Ana Paula: “Primeiro, realinhar o partido com o seu programa e com a sua história. Sob o aspecto eleitoral, a principal meta para 2026 é eleger uma boa chapa de deputados federais e estaduais. E o PSB também participará da chapa majoritária no Maranhão”.
Ipolítica: E o que, de forma prática, você pretende implementar no partido para mantê-lo forte no estado?
Ana Paula: “Voltar a conversar com as bases do PSB. Dialogar de forma respeitosa com todos, independente de ter ou não mandato eletivo. Retomar o diálogo com os movimentos sociais, característica forte do PSB, mas que tinha sido abandonada pelo comando anterior”.
Ipolítica: Logo depois da sua posse, deputados estaduais filiados ao PSB emitiram uma nota contestando a decisão da direção nacional. Como você enxerga esse movimento?
Ana Paula: “Respeito a manifestação de cada parlamentar”.
Ipolítica: Haverá um canal de diálogo entre o partido e estes parlamentares [dissidentes]?
Ana Paula: “Claro. Não queremos que todos pensem de forma igual. Sou uma democrata. Estou à disposição para conversar com cada um dos deputados estaduais de nosso partido”.
Ipolítica: E como se dará a relação do comando estadual do partido e o chefe do Executivo?
Ana Paula: “Somos oposição ao atual governador do estado. E defenderemos nossa posição de forma clara e sempre respeitosa, como deve ser na democracia”.
Ipolítica: A legenda dialogará com o pré-candidato Felipe Camarão tendo em vista o pleito de 2026?
Ana Paula: “Sem dúvida. O Felipe é um ótimo quadro político. Já conversávamos antes de eu assumir a presidência do PSB. Temos algo importante que nos une: a referência no legado político e administrativo deixado pelo ex-governador Flávio Dino”.
Ipolítica: Há quem aponte nos bastidores a aproximação de ala do partido com o prefeito Eduardo Braide. Como o novo comando da sigla enxerga esse movimento?
Ana Paula: “Eduardo Braide é sem dúvida um dos personagens principais para as eleições do ano que vem. Em uma conversa no final do ano passado, Braide nos disse que deseja derrotar esse modelo atual de governança. O deputado Fernando Braide compõe o bloco de oposição na Assembleia. Temos um adversário em comum. Portanto, vamos sim conversar com ele no momento certo”.
Ipolítica: Apesar disso, a legenda ainda pode ter candidatura própria para o Palácio dos Leões em 2026, ou trabalhará por composição?
Ana Paula: “Sim, poderemos”.
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