Chegou o abril indígena.
No período de 24 a 28 deste mês, acontece a maior mobilização indígena nacional, o Acampa- mento Terra Livre (ATL), que reúne povos de todo o Brasil e de diferentes etnias em mobilização na luta por demarcação, pela democracia, pela floresta e pela vida.
O ATL tem como tema neste ano “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”.
Nos reuniremos mais uma vez em centenas, com mais de cem povos e diferentes línguas, para articular e definir estratégias para um Brasil mais indígena, dialogando com instituições e com toda a sociedade pela democracia que tanto buscamos. Fortalecendo e pautando nossa cons- tante luta por nossos direitos e por uma floresta viva.
Com nosso canto e nossos maracás, ecoaremos nossas vozes na capital do país, mostrando que o futuro é ancestral, pois a esperança de um amanhã passa pelo conhecimento originário.
A construção desse futuro ancestral passa pelo agora e pela garantia dos que cuidam das nossas florestas, pelo povo originário desta terra, que conversa com ela por sonhos.
Não há de se falar em justiça climática sem a demarcação dos territórios indígenas. Não há de se falar em democracia sem se falar na demarcação das terras indígenas. Estamos para cobrar as promessas feitas pe- lo atual governo de demarcação das nossas terras, que de- veriam acontecer nos cem primeiros dias, e de ver o meio ambiente e o clima como pautas centrais para gestão. Não permitiremos que se esqueçam, pois não nos esquecemos que nossa luta ainda não acabou.
Nossa principal e histórica luta é a luta pela terra. A demarcação dos territórios indígenas é essencial para quebrar o genocídio indígena que per- dura até hoje. Sem a demarcação, povos indígenas em to- do o Brasil vivem em zonas de guerra, em conflitos pela terra, constantemente ameaça- dos e sem seus direitos básicos garantidos.
Mas o abril indígena traz várias programações.
No dia 16 (domingo), na aldeia Tekoa Yvy Porã, VilaJaraguá, zona noroeste da capital paulista, acontece o Festival Jaraguá é Guarani, com objetivo de fortalecer artistas indígenas e o diálogo entre indígenas e não indígenas. Além disso, o Jaraguá estará presente no dia 20 de abril nos cinemas com o filme “Para’í”, que terá seu pré-lançamento durante o festival.
O território do Jaraguá, declarado em 2015, enfrenta processos judiciais, pressão imobiliária, desmatamento e ameaças, mas também é lar para iniciativas de preservação da mata atlântica, como a proteção das abelhas nativas e a valorização dos saberes e práticas tradicionais. Demarcação já para a Terra Indígena Jaraguá!
Lula, demarcação já!
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