O Ministério da Saúde descartou R$ 2,2 bilhões em vacinas e medicamentos cuja data de validade expirou e o número se colocarmos na conta também os estoques de secretarias estaduais e municipais, hospitais privados e das farmácias que cada um de nós mantém em casa.
É um desperdício considerável. Mas ele se justifica?
Não tenho conhecimento do assunto para falar a respeito, mas lendo um jornal, no formato digital, já que edições impressas são raras nos dias de hoje, me deparei com essa história:
“Quase tudo o que sabemos sobre drogas vencidas se deve aos militares norte-americanos. Eles costumam manter grandes estoques de alguns fármacos para caso de emergências que raramente se materializam.
Foi por isso que pediram à FDA (Anvisa deles) que realizasse um estudo sobre o assunto.
A agência testou um grupo de cem drogas armazenadas e concluiu que 90% delas estavam perfeitamente aptas para consumo mesmo 15 anos após a data de vencimento. Vale repetir, 15 anos.”
Segundo o jornalista Hélio Schwartsman, o problema dos remédios que passaram do prazo de validade dificilmente farão mal a quem as toma, mas é fato que, com a passagem do tempo, elas podem perder potência e, no limite, deixar de funcionar. Ele sugere que mudemos as normas e procedimentos para que, antes de descartar grandes lotes ou produtos muito caros por causa da data de vencimento, nós os testemos para ver se ainda funcionam plenamente. Obviamente não é algo que você possa fazer em casa, mas que está ao alcance de ministério e certas secretarias.
Aproveitando a ideia, no Brasil queimamos, deixamos apodrecer ou leiloamos para ricos, aviões e máquinas caríssimas, madeiras, alimentos vencidos e mercadorias de toda sorte, sem atentar que a miséria obriga nossos irmãos a buscar alimentos no lixo.
Precisamos sair da hipocrisia e para jogar fora o que pode ainda ser consumido, doando todo o excesso aos que realmente precisam.
Mas adianta leiloar carros caros apreendidos do tráfico de drogas, porque serão arrematados por outros cuja origem da riqueza também é duvidosa. Não adianta extender a validade dos remédios e continuar vendendo eles para enriquecer os laboratórios já bilionários.
Precisamos doar aos necessitados, sem burocracia e sem demora.
2 comentários:
Ótima ideia.
Esse poderia perfeitamente ser um projeto defendido pela câmara de vereadores.
Sim, vamos cobrar nossos vereadores, deputados estaduais e federais. Os produtos podem ser de competência diversa e todos devem está comprometidos. Mas tudo começa da cobrança do povo.
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