Um dos segredos que aprendi na política é:
evite julgamentos precipitados, o tempo é senhor da razão.
No começo, houve uma grande desconfiança com o trabalho de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, especialmente do mercado financeiro. Depois, o desentendimento foi grande também com Roberto Campos Neto. O ministro comprou as brigas de Lula contra as elevadas taxas de juros e o clima azedou. Mas, passados dois meses, Haddad mudou da água para o vinho. Hoje, está se dando às mil maravilhas com o presidente do BC.
E não houve apenas uma trégua. Foi bandeira da paz.
O ministro concluiu que tanto ele, como Campos Neto, trabalham para estabilizar a economia, reduzir a inflação e a taxa de juros. Ao ponto de ambos terem ido juntos para a reunião do G-20 na Índia no último fim de semana. Os dois uniram esforços para obter créditos internacionais que estimulem a economia.
O combate à inflação é um papel dos dois. Então pare de achar que o seu dinheiro escolhe a direita ou a esquerda.
A disparada no índice da inflação não dá sinais de arrefecimento. Economistas vêem IPCA de 6% ao ano, acima do teto da meta, com pressões para continuar alta em 2024 (projeções indicam taxa de 4%).
E a corrida nos preços tem dois motivos: erros da direita, com as medidas inflacionárias de Bolsonaro e o erro da esquerda com a falta de rumo da política fiscal.
Juros
Por isso mesmo, tudo indica que a taxa de juros continuará nas nuvens (13,75%), embora Lula não goste.
Haddad já se convenceu de que isso não ocorre por culpa de Campos Neto. O mercado tem regras próprias e precisam ser respeitadas. Não dá pra gastar mais do que se ganha e querer que sobre dinheiro 💰.
Os juros só devem começar a cair depois que ele apresentar a nova âncora fiscal. Tem que haver uma “trava” para a contenção dos gastos públicos.
Um comentário:
O craque do Ibis versus o melhor presidente dos bancos centrais do mundo. Confia num cara que só fez 2 meses de economia?
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