
💊 Pfizer vence disputa bilionária com a Novo Nordisk e entra no mercado global de medicamentos para obesidade
Por Rogério Alves — Publicado em novembro de 2025
A guerra corporativa pelo controle do futuro dos medicamentos para obesidade ganhou um novo capítulo. A farmacêutica americana Pfizer Inc. venceu a disputa com a dinamarquesa Novo Nordisk e anunciou a compra da Metsera, empresa de biotecnologia especializada em terapias contra obesidade e doenças cardiometabólicas, por um valor que pode chegar a US$ 10 bilhões. O negócio marca a entrada definitiva da Pfizer em um dos setores mais lucrativos e estratégicos da indústria farmacêutica mundial.
A corrida pelo controle da Metsera
O primeiro movimento veio em setembro de 2025, quando a Pfizer apresentou uma proposta para adquirir a Metsera por US$ 4,9 bilhões em dinheiro, além de um adicional de pagamentos condicionados que poderiam elevar o valor total da transação para cerca de US$ 7,3 bilhões.
A proposta, vista como sólida e com aprovação antecipada da agência antitruste americana (FTC), parecia consolidada. No entanto, pouco depois, a Novo Nordisk, fabricante dos já famosos Wegovy e Ozempic, fez uma oferta concorrente de aproximadamente US$ 9 bilhões. A disputa acirrou-se e a Pfizer chegou a acionar a Justiça norte-americana, acusando a rival de práticas anticompetitivas e violação contratual.
Disputa jurídica e vantagem regulatória
Enquanto o processo judicial ainda corre nos Estados Unidos, a Pfizer garantiu uma importante vantagem: a aprovação antecipada da FTC, eliminando um dos principais obstáculos para fusões desse porte. Já a Novo Nordisk enfrenta riscos maiores devido à sua posição dominante no mercado global de terapias para obesidade.
Analistas apontam que esse aval regulatório praticamente selou a vitória da Pfizer, mesmo com a proposta de valor inferior. A reunião final dos acionistas da Metsera, marcada para 13 de novembro de 2025, deve confirmar oficialmente o acordo.
O que a Pfizer está comprando
A Metsera é uma empresa de biotecnologia em rápida ascensão, com foco em fármacos de nova geração para obesidade e doenças cardiometabólicas. Seu portfólio inclui agonistas duplos e triplos de GLP-1, amilina e GIP, com versões injetáveis e orais promissoras. A Pfizer, que até então tinha presença limitada nesse setor, volta agora com força total para competir com a Novo Nordisk e a Eli Lilly.
“A obesidade é um problema de saúde pública global, associado a doenças cardíacas, diabetes e outros distúrbios crônicos. Essa aquisição reforça o compromisso da Pfizer em liderar soluções integradas para o tratamento metabólico.”
— Albert Bourla, CEO da Pfizer
Um mercado em plena expansão
O mercado global de medicamentos para obesidade vive um crescimento explosivo. Projeções apontam que até 2030 o setor movimentará mais de US$ 150 bilhões anuais. A entrada da Pfizer nesse segmento promete equilibrar a concorrência, reduzir preços e acelerar inovações.
Bastidores da disputa
A batalha pela Metsera expôs uma nova fase da indústria: a busca por terapias de segunda geração, capazes de oferecer maior eficácia e menos efeitos colaterais. Enquanto a Novo Nordisk tenta consolidar sua liderança, a Pfizer aproveita a oportunidade para se reposicionar após o declínio das receitas pós-pandemia de Covid-19.
O que vem a seguir
Com a aprovação dos acionistas, a Pfizer deve integrar os laboratórios e centros de pesquisa da Metsera ainda em 2026. Os primeiros medicamentos da nova linha Pfizer-Metsera poderão chegar ao mercado em 2028, disputando diretamente com Wegovy e Mounjaro.
💬 Conclusão
A compra da Metsera é mais que um negócio bilionário — é um movimento estratégico que redefine o tabuleiro da indústria farmacêutica global. A Pfizer aposta alto para disputar um mercado dominado por poucos e altamente lucrativo. Já a Novo Nordisk, embora derrotada nesta rodada, segue fortalecida com seus produtos já aprovados e em expansão mundial.
O certo é que a corrida pelos medicamentos contra a obesidade está apenas começando — e promete transformar, nos próximos anos, tanto o mercado farmacêutico quanto o próprio conceito de tratamento metabólico.
Matéria inspirada no artigo da revista Exame
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