O pedido imoral de Brandão a Lula

O pedido imoral de Brandão a Lula

Por Simplicio Araújo 

Pela primeira vez em vinte anos, o Maranhão espera que o Presidente da República diga quem será o candidato a governador do estado.

Até aí, tudo bem!

O problema é outro. Não estamos falando só de um nome numa chapa. Há um peso histórico e simbólico sobre o estado mais pobre do país. A decisão não é apenas escolher entre o vice Felipe Camarão ou o sobrinho do governador. É decidir se o Planalto vai avalizar a volta de uma oligarquia no Maranhão.

Lula, três vezes presidente e buscando um quarto mandato, carrega uma responsabilidade extra. Se, mesmo com governos do PT, o Maranhão não saiu dos piores indicadores sociais, qual mensagem se passará ao apoiar um projeto familiar e patrimonialista agora? Que a política vale mais que o povo?

Os conselheiros de Brandão empurram o estado para o coronelismo bancado pelos cofres públicos. Mas esse é um pedido imoral ao presidente da República. Apoiar isso seria um tapa na cara dos mais de 70% de maranhenses que confiam em Lula. Seria uma nódoa na sua história politica: usar prestígio e força para sustentar um arranjo de família no estado que mais precisa de justiça, trabalho sério e resultados de verdade.

Não se discute aqui o que é “permitido”. Pode até não ser ilegal. Mas é imoral. E o que é imoral, no Maranhão, custa futuro, vidas e perspectiva ao nosso povo.

O nosso estado precisa de projeto, não de herança. De mérito, não de compadrio. De governo, não de condomínio familiar. Que Lula escolha o lado certo dessa história: romper com o patrimonialismo e abrir espaço para uma candidatura que sirva ao povo — e só a ele.

Se não é ilegal, continua sendo imoral — e o Maranhão não aguenta mais imoralidades travestidas de estratégia.

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