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02/11/2025

ESPAÇO ABERTO

 Estamos às vésperas do maior evento de proteção ao clima do planeta e o Brasil é o centro dessa discussão.

Como Ambientalista, nosso colunista não poderia se furtar a discutir o tema e ele alerta:

COP 30: O GRANDE GRITO DO PLANETA.

Junior Pacifico de Paula – Engenheiro – Empresário – Ambientalista


A COP do clima surgiu da necessidade urgente do planeta de evitar as mudanças climáticas que ameaçam a vida na Terra. A COP foi criada a partir da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que é um tratado internacional criado em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, conhecida como Rio-92. A primeira Conferência (COP) aconteceu em Berlim (Alemanha) em 1995, quando se iniciou a convenção e as primeiras negociações de compromissos climáticos, a serem assumidos pelos países membros. Na realidade, a COP é um fórum de discussão que reúne países, instituições, cientistas, ONGs, universidades e a sociedade civil para buscar compromissos climáticos concretos que possam salvar a Terra de sua autodestruição.


Em 1997, em Kyoto (Japão), foi assinado e estabelecido o Protocolo de Kyoto, o primeiro acordo com o estabelecimento de metas obrigatórias de redução de poluentes pelos países desenvolvidos. O principal objetivo era que os países ricos reduzissem a emissão de gases como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) em pelo menos 5,2%, entre os anos de 2008 e 2012, o que infelizmente não aconteceu, principalmente pela não adesão dos Estados Unidos, que, juntamente com a China, são os maiores poluidores do planeta, e com um agravante: a geração de poluentes continua crescendo.


O planeta está chegando ao seu limite e os eventos extremos do clima já chegaram. Os dois últimos anos, 2024 e 2023, foram os mais quentes da história. O que se esperava que acontecesse daqui a cem anos já aconteceu em 2024: a temperatura média do planeta já ficou 1,5°C acima do período pré-industrial (1850-1900). Este limite foi estabelecido pelo Acordo de Paris (França) para limitar os efeitos do aquecimento global.


Apenas em 2024, tivemos as terríveis enchentes de Porto Alegre, o branqueamento e consequentemente, a morte de corais marinhos que sustentam toda a vida nos mares, bateu todos os recordes anteriores. Incêndios florestais incontroláveis surgiram no Chile, México e Estados Unidos. Ondas de calor varreram a Europa, provocando incêndios terríveis em Portugal, Itália e na Grécia. Chuvas torrenciais, nunca vistas, assolaram a África Oriental, a Polônia, a República Tcheca e a Espanha. No Atlântico, a temporada de furacões foi 28,5% maior que a média histórica. Em junho, o furacão Berly foi o primeiro da história a atingir a categoria 5, com velocidades dos ventos superiores a 252 km por hora. Por fim, os extremos climáticos já chegaram e não existe nenhum lugar deste maravilhoso planeta que esteja a salvo.


A COP-30 será realizada no Brasil, em Belém – PA, na porta de entrada da Amazônia. É uma oportunidade ímpar de discutirmos todos os nossos problemas na área do clima, principalmente sobre os recursos financeiros acertados, mas nunca cumpridos, dos países ricos financiarem países pobres e em desenvolvimento, para que estes possam preservar seus recursos naturais. Mesmo com uma grande ausência já confirmada dos Estados Unidos, é um fórum de debates que é fundamental para preservar a vida no planeta Terra.


O Brasil é o único país do mundo cujo nome é oriundo de uma árvore, o pau-brasil, árvore que foi bastante explorada no Brasil colônia, da qual se retirava um pigmento utilizado no tingimento de tecidos. Esta origem, ao que indica, coloca o Brasil como protagonista na proteção ambiental por diversos motivos, a saber:

A floresta Amazônica está presente em nove países da América do Sul: Brasil, Equador, Peru, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e Bolívia, sendo o Brasil detentor de 60% da área total.

O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta, com cerca de 20% das espécies da Terra, ou seja, nós abrigamos 20% de todas as espécies de animais e plantas do planeta, principalmente pelo fato de termos seis biomas distintos e três ecossistemas marinhos.

O Brasil possui a maior reserva de água doce do planeta, com cerca de 12% de toda a reserva hídrica do globo terrestre.

O Brasil é o país que tem a maior área de preservação de florestas do mundo, com cerca de 30% da área total do seu território.

O Brasil gera 88% de sua energia elétrica de fontes renováveis, que são hidrelétricas, eólica, solar e biomassa. As fontes não renováveis são gás natural (9%), petróleo (4%) e carvão mineral (1,75%), tornando-se assim um dos países que tem um dos melhores balanços energéticos do mundo.


O Brasil lançou uma excepcional ideia na COP28 em Dubai: a criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre. Trata-se de um fundo de investimento, não de doações, que ficam sempre acertadas no papel, mas nunca se concretizam. Pela primeira vez, temos uma ideia factível. Os países e, principalmente, as grandes corporações privadas investiram neste fundo, e parte dos juros serão destinados à preservação das florestas. O Brasil será o primeiro investidor, com o aporte de US$ 1 bilhão de dólares. A grande notícia desta semana é que o Banco Mundial aprovou sua criação e será o gestor do referido fundo, o que dará imensa credibilidade.


Como observamos acima, o Brasil tem que ser o país líder na proteção ambiental e na transição energética. Afinal, o verde da nossa bandeira representa nossas exuberantes florestas.

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