O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (02) que quer um dia de jejum religioso contra o coronavírus. A fala foi dita durante entrevista para a rádio Jovem Pan.
“Sou católico e minha esposa evangélica. É um pedido dessa pessoas. Estou pedindo um dia de jejum para quem tem fé. Então a gente vai, brevemente, junto com os pastores, padres e religiosos anunciar aí. Pedir um dia de jejum para todo o povo brasileiro em nome, obviamente, de que o Brasil fique livre desse mal o mais rápido possível”.
A Constituição em vigor, art. 19, inciso I, dispõe que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesses público.
Não vou dizer que uma simples declaração religiosa pode ser caracterizado como atentado à constituição, mas posso criticar a postura do presidente que não apresenta soluções de Estado para o problema da proliferação do Covid 19 e ainda por cima, pede sacrifício religioso como solução.
Em sua ignorância (ou má fé), Bolsonaro acaba alarmando ainda mais a população, sugerindo que a solução para a crise de saúde necessita de um milagre. Fé todos temos, mas um presidente da República não foi eleito para fazer orientação espiritual.
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