Quando a política vira reflexo da baixaria nas redes sociais
André Janones e Nikolas Ferreira são fenômenos nas redes sociais. Movimentam milhões de seguidores, produzem vídeos virais e estão sempre entre os assuntos mais comentados. Mas, na minha opinião, não são bons exemplos de políticos.
O episódio mais recente, que terminou com a suspensão de Janones, é mais um retrato da degradação do debate político quando ele é reduzido ao espetáculo de ofensas.
🕒 Cronologia dos fatos
Em 9 de julho de 2023: Durante discurso de Nikolas Ferreira na tribuna da Câmara, André Janones fez manifestações de baixo calão no plenário. As palavras, de cunho homofóbico e provocativo, interromperam a sessão.
Após o episódio: A Mesa Diretora da Câmara apresentou representação contra Janones no Conselho de Ética.
Relatório: O deputado Fausto Santos Jr. (União-AM) afirmou que as falas de Janones foram discriminatórias e serviram para reforçar estigmas contra grupos historicamente marginalizados.
Defesa: Janones alegou que não se dirigia a Nikolas, mas fazia um vídeo para suas redes sociais criticando a política comercial dos Estados Unidos.
Votação: Com 16 votos a favor e apenas 3 contrários, o Conselho de Ética decidiu suspender o mandato de André Janones por três meses. O pedido inicial era de seis.
🤔 Reflexão.
A democracia é, por definição, o poder nas mãos do povo. Mas quando o critério para conquistar esse poder passa a ser o sucesso nas redes sociais — medido por curtidas, polêmicas e provocações — nossos representantes acabam sendo o espelho da baixaria que impera no mundo virtual.
Não há mais espaço para o debate qualificado, para o argumento racional, para o embate construtivo. O que vale é o vídeo mais explosivo, o ataque mais agressivo, a frase mais humilhante.
E o resultado está aí: o Parlamento se tornando palco de brigas e insultos, enquanto o Brasil real continua à espera de soluções.
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