Para um pai, o filho é sempre a melhor opção — até para governar o Maranhão
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Foto: Reprodução das Redes Sociais |
Em recente declaração à imprensa, Marcus Brandão, presidente estadual do MDB e irmão do governador Carlos Brandão, afirmou sem titubear que seu filho, Orleans Brandão, é “o melhor nome para governar o Maranhão em 2026”. A fala, por mais afetiva e familiar que seja, parece mais uma tentativa de consolidar o nome do herdeiro como continuidade dinástica do atual projeto de poder estadual.
Marcus elogia o filho como “preparado, jovem, não radical e bem avaliado pela classe política”, chegando a dizer que 80% da base política do estado já sinalizou apoio ao nome de Orleans. Claro, vindo de um pai coruja e de um presidente partidário empenhado, não seria de se esperar menos.
Mas será que o Maranhão está pronto para ser governado por um nome com tão pouca rodagem?
Orleans Brandão pode até ter alcançado visibilidade como Secretário de Assuntos Municipalistas — um cargo de aproximação institucional com os prefeitos do interior —, mas isso está longe de significar apelo eleitoral, principalmente na capital. São Luís é um terreno político mais crítico, mais ideológico e menos suscetível ao estilo assistencialista que tradicionalmente marca a política do interior e, em especial, do grupo governista atual.
Além disso, o atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide, vem se consolidando como uma liderança popular e administrativa de oposição ao governo estadual. E com sua provável reeleição, será um obstáculo natural à expansão do nome de Orleans na capital. O eleitorado ludovicense costuma cobrar mais preparo, propostas concretas e trajetória política sólida. Não basta ser sobrinho do governador — e filho do presidente do partido — para convencer esse público.
A recente pesquisa do Instituto Paraná, que colocou Orleans com 16,9% das intenções de voto no cenário estimulado, mostra potencial, mas também revela que seu desempenho está concentrado no interior, especialmente onde a força da máquina pública estadual ainda dita os rumos eleitorais. Em São Luís, seu nome ainda é praticamente desconhecido. Para se tornar competitivo, Orleans precisará de um grupo de captação política e articulação consistente na capital — algo que não se constrói apenas com sobrenome e discurso de continuidade.
A verdade é que o Maranhão já viu esse filme com Roseana Sarney: uma jovem nome, alçada pela força familiar, que conseguiu conquistar um estado inteiro. Mas em tempos de redes sociais, maior politização urbana e resistência às oligarquias após os 8 anos de FlávioDino, o "novo" precisa mais do que apoio de bastidores. Precisa se provar — e rápido.
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