Nossos leitores já estavam sentindo falta do nosso colunista de atualidades e meio ambiente, mas Júnior Pacífico está de volta com o debate mais avançado do século.
O tema de hoje é a inteligênca artificial e suas implicações. O texto não poderia ter melhor encaminhamento e instiga o leitor a refletir sobre o futuro a partir do título IA, é para amar ou temer ?
Tenha uma ótima leitura.
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| Júnior Pacífico de Paula – Engenheiro – Empresário – Ambientalista |
IA – É PARA AMAR OU TEMER?
O famoso astrofísico inglês Stephen Hawking (1942–2018), considerado um dos mais influentes cientistas do mundo, que teve a capacidade de aproximar o público das leis astrofísicas, tinha dois grandes temores: o primeiro, sobre seres extraterrestres. Ele sugeria às agências espaciais (como a NASA) não colocarem em seus foguetes e, principalmente, nas transmissões de rádio interestelar, a verdadeira posição do planeta Terra no cosmos. Sua outra grande preocupação era com a IA (Inteligência Artificial). Dizia ele: “O desenvolvimento completo da inteligência artificial poderia ser o fim da raça humana. Ela decolaria por conta própria com uma rapidez fantástica, e os humanos, limitados pela lenta evolução biológica, não teriam como competir; seriam suplantados”.
O que parecia filme de ficção científica hoje é realidade. Os robôs estão em toda parte. Em algumas plantas industriais, como na automobilística, algumas fábricas já têm mais robôs do que funcionários humanos. Eles têm uma grande vantagem sobre os humanos: não faltam ao trabalho, não ficam cansados, nunca se ausentam, não reclamam e, principalmente, não erram. A empresa japonesa de tecnologia da informação, Fujitsu Limited, já anunciou que em breve lançará um robô auto programável, ou seja, ele será capaz de se programar, em outras palavras, será capaz de pensar. São máquinas que, por meio da IA, podem adaptar e modificar seu próprio comando e comportamento para realizar novas tarefas de forma autônoma.
Este ano, mais de 1.000 cientistas, de mais de 500 instituições de pesquisa, se reuniram para criar o que se chamou “a última prova da humanidade”, que consiste em fazer um teste ultra difícil, impossível de tão difícil para a IA responder. Se a mesma responder, não haverá nenhum outro teste capaz de distinguir a IA da espécie humana.
Um estudo realizado na conceituada universidade Carnegie Mellon University demonstrou um grande risco de atrofia da cognição humana no uso frequente da IA; ou seja, as pessoas estão perdendo o pensamento crítico, e as tarefas cotidianas estão tão mecanizadas, que os seres humanos estão perdendo sua capacidade de pensar.
Uma notícia recente causou muita preocupação, relativa à pressão exercida pela IA sobre a manutenção dos empregos. A empresa americana CHEGG, que atua na área de tecnologia educacional, vai demitir 45% da sua força de trabalho, que será substituída por robôs. A empresa Salesforce, também americana, que é uma plataforma de gerenciamento, vai demitir até o final do ano 5.000 colaboradores. A gigante Amazon, que é a segunda maior empregadora dos Estados Unidos, com 1,2 milhão de empregados, vai demitir 14.000, e a previsão é que esse número possa chegar a 500.000, onde todos serão substituídos por máquinas.
Quando falamos em IA, nos parece algo de um futuro longínquo, porém ela está presente no nosso dia a dia: na medicina, nos diagnósticos de imagem; a leitura de alguns sistemas de ultrassom é feita pela IA; nas redes sociais, pelo seu histórico de interesse, a IA te direciona para diversos assuntos; as secretarias virtuais já nos atendem em todos os segmentos, desde uma reclamação de um produto ou serviço até mesmo na área de segurança pública; na agricultura, principalmente na agricultura de precisão, a IA indica onde colocar mais defensivos, replantar áreas, colocar mais adubo; na área de entretenimento, a IA já é responsável pela composição de inúmeras músicas. Enfim, ela já está tão presente na nossa vida que já não percebemos.
Se por um lado, a presença da IA é algo sem retorno e sem limites no desenvolvimento científico da humanidade, mas existe um lado sombrio: a perda da nossa privacidade e dos empregos, principalmente nas seguintes áreas: intérpretes e tradutores, representantes de vendas, operadores de telefonia, locutores e radialistas, telemarketing, recepcionistas, cientistas de dados, analistas de gestão, dentre outras.
A IA já chegou às nossas vidas, e desde quando um computador, em 1997, fabricado pela empresa americana IBM, chamado Deep Blue, venceu o campeão mundial de xadrez, o russo Garry Kasparov, o que é considerado o marco zero da história da IA, ela começou a estar presente em nossas vidas. Mas afinal: devemos amá-la ou temê-la?

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