Conselheiro do Corinthians questiona os responsáveis por levar instituição para gerenciar contabilidade da Arena Neoquímica.
O jurista Antonio Roque Citadini, candidato derrotado na última eleição para a presidência do Corinthians, usou as redes sociais para questionar o envolvimento da Reag Capital Holding com a Arena Neoquímica, o estádio do time.
“O Corinthians deveria esclarecer a entrada da REAG como admiradora do Funda da Arena. Chegou em 23 substituindo a BRL Trust. O Corinthians não reconhecia uma dívida de 100 milhões. Com a chegada da REAG passou a aceitar a dívida. Quem trouxe essa gente ao clube?”, pergunta Citadini nas redes sociais.
Em linhas gerais, a REAG Capital Holding é responsável pela administração do Arena Fundo FII, que cuida da contabilidade da Neo Química Arena. Essa relação coloca a REAG como uma entidade envolvida na administração financeira do estádio, um papel importante para a gestão do patrimônio do Corinthians.
Além disso, a Neo Química Arena tem contrato de naming rights com a Hypera Pharma (dona da marca Neo Química) desde 2020, mas o Corinthians está atualmente negociando a renovação ou possível substituição desse contrato para valores mais altos, com investidores interessados.
Presença da Reag no mercado do futebol
Citada na operação da Polícia Federal que investiga o uso de fundos de investimento para lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital), a REAG Investimentos tem uma ligação significativa com o futebol brasileiro, principalmente por meio de patrocínios e envolvimento em negociações de clubes.
Além de patrocínios individuais, a Reag esteve envolvida em propostas para aquisição de clubes por meio de SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol), como foi o caso do Vila Nova, onde apresentou uma proposta de aporte de mais de R$ 500 milhões para adquirir 90% do clube. Contudo, devido a próximas investigações da Polícia Federal envolvendo a Reag, houve exigência para troca da gestora nessa negociação.
João Carlos Mansur, fundador da Reag, tem participação ativa no futebol brasileiro, sendo membro do Conselho de Orientação e Fiscalização do Palmeiras e tendo sido um dos líderes na construção do Allianz Parque.
A Reag também esteve envolvida na negociação da SAF do Juventus de São Paulo, e sua holding administra fundos ligados à gestão de estádios como a Neo Química Arena do Corinthians. Mansur tem participação em empresas ligadas à administração e revitalização de estádios como o Canindé da Portuguesa e a Fonte Luminosa em Araraquara.
Chegada durante gestão Duílio
Quando se traça a linha do tempo sobre a ligação da Reag Capital Holding com a Arena Neoquímica, chega-se à gestão de Duílio Monteiro Alves, que comandou o Corinthians até o final de 2023.
A REAG chegou ao clube por intermédio de Adriano Monteiro Alves, irmão do então presidente Duílio Monteiro Alves, em uma das diversas evidências diretas que ligam o então comando do Corinthians à entrada da REAG na gestão da Arena Fundo FII:
- A REAG entrou na gestão do Arena Fundo FII em julho de 2023, com aprovação unânime em assembleia geral, na qual o Corinthians votou a favor sob a presidência do então presidente Duílio Monteiro Alves
- A REAG tem vínculos com o ambiente político e empresarial do futebol paulista, por meio do seu controlador João Carlos Mansur, que é conselheiro no Palmeiras e tem forte influência no futebol, o que sugere uma base de suporte para sua chegada à administração do fundo do estádio do Corinthians.
- Embora não haja documentação pública explícita detalhando conversas internas ou decisões formais diretamente atribuídas à presidência do Corinthians em documentos, a aprovação da REAG foi feita no contexto da gestão vigente do clube em 2023, sob sua presidência, apontando que haveria ao menos concordância e apoio da presidência do Corinthians para essa mudança.
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