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quarta-feira, março 05, 2025

O Negacionismo Histórico e a Ameaça à Democracia

 Insurgir-se contra uma ditadura inexistente é fácil, rende bastante bajulação da “elite” plutocrata, superficial e niilista.

A frase e o post acima são do deputado Eduardo Bolsonaro.

Continua o deputado:

Difícil é ter coragem para se insurgir contra a ditadura real, que está por aí prendendo mães de família, idosos e trabalhadores inocentes. Ah…, isso exige fibra moral e coragem para arcar com os ALTOS CUSTOS ENVOLVIDOS.

Esse silêncio, de vocês, cúmplices, não será quebrado. Mas o nosso, com toda firmeza moral, eu quebro, estou disposto a arcar com esse custo: Alexandre de Moraes, iremos punir você. Acredite, você irá pagar por toda a maldade que cometeu, custe o que custar.

O Negacionismo Histórico e a Ameaça à Democracia

A postagem de Eduardo Bolsonaro revela uma preocupante distorção da história brasileira e um perigoso flerte com discursos antidemocráticos. Ao afirmar que não houve ditadura militar após o golpe de 1964, o deputado ignora os fatos amplamente documentados, como a suspensão de direitos civis, a censura, a perseguição política e a tortura institucionalizada. 

Negar esse passado é um atentado contra a memória nacional e um desrespeito às vítimas do regime autoritário.

Além disso, a contradição presente na publicação é evidente. Ao mencionar o "niilismo" da elite, Eduardo Bolsonaro parece não compreender que o niilismo, por definição, rejeita valores morais e políticos tradicionais — o que se alinha muito mais ao próprio discurso de deslegitimação da ordem democrática que ele propaga.

É paradoxal acusar os outros de niilismo enquanto defende uma postura que mina a confiança nas instituições e na estabilidade do país.

O trecho final da publicação, no qual promete "punir" um ministro da Suprema Corte, não é apenas retórica inflamada, mas um ataque direto ao Estado de Direito. 

A ameaça explícita a Alexandre de Moraes reflete uma estratégia já conhecida: a tentativa de deslegitimar o Judiciário e criar um ambiente propício para a ruptura democrática.

Diante desse cenário, é fundamental que a sociedade esteja atenta a discursos que tentam reescrever a história para justificar aventuras autoritárias. Proteger a democracia não é apenas um dever institucional, mas um compromisso coletivo. 

A disseminação de informações falsas e ameaças a figuras do Judiciário são sintomas claros de uma tentativa de desestabilizar o país e pavimentar o caminho para um novo golpe militar. 

O Brasil já conhece esse roteiro e não pode permitir que ele se repita.


2 comentários:

  1. Quem nega que hoje tem uma figura que manda prender seus desafetos e condena a 17 anos de prisão uma pessoa que escreveu de batom numa estátua, pode ser chamado de NEGACIONISTA ou ISENTINHO?

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  2. No Brasil estão institucionalizando o crime de opinião.
    Enquanto quem expressar sua opinião e não ter relevância no cenário não for processado por isso, fica tudo bem para o ISENTINHO comum.

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