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sábado, março 29, 2025

O Custo da Desigualdade no Maranhão: por Simplício Araújo

 O Custo da Desigualdade no Maranhão: Pobres Sofrem e os Ricos Pagam Mais 



Por Simplício Araújo

O Maranhão é um estado de contrastes. De um lado, temos uma população trabalhadora, resiliente e cheia de potencial. Do outro, uma estrutura pública que falha em garantir serviços essenciais para todos. Como resultado, os mais pobres enfrentam dificuldades extremas para acessar saúde, educação e segurança, enquanto os mais ricos acabam pagando caro por serviços privados para suprir essas carências.

Essa realidade não é apenas uma injustiça social; ela representa um entrave direto ao desenvolvimento do nosso estado. Tive a oportunidade de atuar como deputado federal e secretário de Indústria, Comércio e Energia do Maranhão, além de empresário e gestor em diversas áreas. Minha trajetória me permitiu enxergar essa desigualdade de perto, tanto na luta da população mais carente para sobreviver quanto nos desafios enfrentados pelo setor produtivo para prosperar em um ambiente tão hostil ao crescimento.

A pergunta que devemos fazer é: 

até quando o Maranhão continuará sendo um estado onde o pobre sofre pela falta de acesso, e o rico paga um preço altíssimo para viver com dignidade?


A Dura Realidade dos Mais Pobres.

Para quem vive nas periferias ou nas áreas rurais do Maranhão, direitos básicos como saúde, segurança e educação são quase um luxo inacessível. 

Visitei inúmeras cidades e comunidades onde mães esperam meses por uma consulta médica para seus filhos, onde jovens sonham em estudar, mas não têm sequer uma escola de qualidade próxima, e onde trabalhadores enfrentam horas de deslocamento para chegar ao emprego – quando conseguem um.

Na saúde, a realidade é cruel. Hospitais públicos superlotados, falta de especialistas e exames que demoram meses para serem realizados. Durante a pandemia, quando coordenei a implantação de hospitais de campanha e a distribuição de ambulâncias e equipamentos, vi como uma gestão eficiente pode fazer a diferença. Mas a verdade é que, fora desses momentos emergenciais, o descaso com a saúde pública continua sendo um fardo para os mais pobres.

Na educação, o problema é ainda mais profundo. Sem escolas bem estruturadas e professores valorizados, nossos jovens têm poucas chances de competir no mercado de trabalho. E sem qualificação, ficam presos a empregos informais e de baixa renda, perpetuando o ciclo da pobreza.


Os Ricos Também Pagam o Preço da Ineficiência

Enquanto os mais pobres sofrem com a ausência do Estado, os mais ricos não escapam das consequências dessa realidade. No Maranhão, quem pode pagar precisa desembolsar uma fortuna para garantir o que deveria ser um direito básico.

 • Saúde privada cara: Planos de saúde no estado são caros e, muitas vezes, insuficientes. Não é raro que pessoas com maior poder aquisitivo precisem viajar para São Paulo, Brasília ou Fortaleza para realizar exames e tratamentos especializados.

 • Educação onerosa: As melhores escolas privadas do Maranhão cobram mensalidades altíssimas, pois precisam compensar a deficiência da rede pública com infraestrutura própria, material didático importado e professores bem remunerados.

 • Segurança privada: A falta de policiamento e o aumento da criminalidade fazem com que muitas famílias invistam em segurança particular, condomínios fechados e equipamentos como câmeras e cercas elétricas.

 • Infraestrutura precária: Empresários e investidores sofrem com problemas estruturais como falta de energia confiável, estradas em más condições e burocracia excessiva.


O resultado é que, no Maranhão, viver bem custa muito mais do que deveria – para todos.


O Impacto no Desenvolvimento do Maranhão


A desigualdade e a precariedade dos serviços públicos criam um efeito dominó que afeta toda a economia do estado. Empresas evitam se instalar aqui devido à falta de infraestrutura e mão de obra qualificada. Jovens talentos deixam o Maranhão em busca de oportunidades melhores. O comércio e a indústria crescem abaixo do seu potencial porque a população não tem poder de compra suficiente.


Durante minha gestão como secretário de Indústria e Comércio, vi o quanto essa realidade afasta grandes investidores. Muitas empresas simplesmente desistem do Maranhão porque não encontram as condições mínimas para operar com eficiência. Isso significa menos empregos, menos renda e mais dificuldades para todos.


Como Romper Esse Ciclo?

Não há solução mágica, mas há caminhos claros para mudar essa realidade:

 • Investir em saúde, educação e segurança de forma estruturada e eficiente, garantindo que os recursos públicos cheguem a quem mais precisa.

 • Aproximar o setor privado do setor público, promovendo parcerias para melhorar serviços essenciais e gerar empregos.

 • Combater a corrupção e a má gestão, garantindo que cada real investido no estado tenha um retorno real para a população.

 • Criar um ambiente favorável ao empreendedorismo, desburocratizando processos e incentivando novos negócios.


Conclusão: Um Maranhão Melhor para Todos


O Maranhão precisa sair desse ciclo de ineficiência e desigualdade. Garantir que os mais pobres tenham acesso ao que é essencial não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia inteligente para o desenvolvimento econômico. Um estado onde a população tem saúde, educação e segurança é um estado mais produtivo, mais competitivo e mais próspero para todos.

Minha trajetória me ensinou que é possível mudar essa realidade com trabalho sério, compromisso e gestão eficiente. É essa visão que quero levar adiante: um Maranhão que funcione, onde ninguém precise sofrer pela ausência do Estado, nem pagar caro para suprir suas falhas. Esse é o desafio que temos pela frente – e precisamos de gente pronta para enfrentar.

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