Como a Inteligência Artificial irá mudar as relações de trabalho?
É comum que você, trabalhador, além de enfrentar toda a rotina de acordar às 5 da manhã enfrentando um transporte público lotado e com riscos de ser assaltado, também tenha medo do desemprego, este mal que afeta 9,2 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE.
Recentemente, houve mais um medo “desbloqueado” por toda a população ao redor do mundo, a substituição dos trabalhadores pela Inteligência Artificial.
Afinal, seremos todos substituídos ou apenas mais um avanço que irá facilitar a vida de todos?
Bom, talvez esta seja a resposta de milhões e que, obviamente, é impossível de ser respondida.
O melhor a ser feito, como na maioria das situações e que será feito aqui, é entendermos quais são os possíveis impactos e como lidar com a situação.
- O que é a Inteligência artificial aplicada nas relações de trabalho?
Bom, com o início de novas tecnologias sempre é comum um alvoroço. Basta lembramos de quando Steve Jobs fez a apresentação do primeiro Iphone e citou a frase: “De vez em quando, aparece um produto revolucionário que muda tudo”.
Bom, estamos, mais uma vez, diante de um produto revolucionário que, aparentemente, mudará tudo.
Para entendermos melhor do que a IA é capaz de alterar nas relações de trabalho, nada melhor que perguntarmos direto à fonte. Foi isso que fiz, com um simples questionamento de “como a IA irá interferir nas relações de trabalho, temos a seguinte resposta:
A Inteligência Artificial (IA) já está afetando as relações de trabalho de várias maneiras, e espera-se que continue a fazê-lo no futuro. A IA pode melhorar a eficiência e a produtividade em muitas áreas, mas também pode gerar preocupações sobre a segurança do emprego e a necessidade de requalificação para os trabalhadores.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais a IA pode interferir nas relações de trabalho:
1. Automação de tarefas: A IA pode ser usada para automatizar tarefas repetitivas ou rotineiras, o que pode levar à redução do número de trabalhadores necessários para realizar essas tarefas.
2. Assistência virtual: Chatbots, assistentes virtuais e outras formas de IA podem ser usadas para ajudar os trabalhadores a realizar suas tarefas de maneira mais eficiente e eficaz.
3. Tomada de decisão: A IA pode ser usada para ajudar os gerentes a tomar decisões baseadas em dados e informações precisas, o que pode melhorar a eficiência e a qualidade das decisões tomadas.
4. Análise de dados: A IA pode ser usada para analisar grandes conjuntos de dados, o que pode ajudar as empresas a identificar tendências e oportunidades de negócios.
5. Desenvolvimento de produtos e serviços: A IA pode ser usada para desenvolver produtos e serviços que atendam às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz e eficiente.
Embora a IA possa trazer muitos benefícios para as empresas e para a sociedade em geral, também pode levar a desafios significativos para os trabalhadores. Por exemplo, a automação de tarefas pode resultar na perda de empregos, e a necessidade de requalificação pode ser uma preocupação para os trabalhadores que precisam se adaptar a novas tecnologias e mudanças nas demandas do mercado. É importante que as empresas e os governos considerem cuidadosamente as implicações da IA nas relações de trabalho e trabalhem juntos para garantir que os benefícios sejam compartilhados de maneira justa e que os trabalhadores sejam protegidos durante a transição para a nova era da tecnologia.
(Resposta gerada pelo ChatGPT)
Como bem discorrido pela Inteligência Artificial, provavelmente viveremos uma nova realidade. Entretanto, entendo que não seja motivo para um desespero coletivo, pelo menos até o presente momento.
Tendo em vista que, ao longo da evolução humana, sempre tivemos diversas mudanças significativas nas relações de trabalho. Por exemplo, podemos citar desde o feudalismo até a revolução industrial, pontos estes que foram cruciais no histórico trabalhista.
Em toda essa evolução, fomos capazes de adaptar e continuarmos a viver. Imagine eu, um advogado já criado no mundo dos processos “virtuais”, ter que ir a um determinado local para entregar uma petição e acompanhar um processo apenas presencial.
Por outro lado, imagine um advogado falecido em 2010 que, apesar de pouco, teve contato com o início dos computadores e você contando a ele que o processo acontece através de um.
Bom, é apenas um fato com dois pontos de vistas diferentes. Afinal, o ser humano é evolutivo e capaz de se adaptar aos novos meios.
Vejo, também, a IA como uma possibilidade do surgimento de novas funções e postos de trabalho.
Apesar do ser humano possuir a capacidade de evoluir, de outro lado, talvez muito mais forte, possuímos o medo e comodismo. Sentimentos estes que, de forma clara, são altamente perigosos a longo prazo.
O medo impossibilita que possamos vislumbrar soluções em conflitos e, por sua vez, o comodismo gera mais medo de ter que sair de uma posição confortável e termos de aprender novas coisas para poder sobreviver.
Neste caso, devemos escolher nosso “lado” em apenas aceitar o que está acontecendo e deixar de “acontecer” juntos ou buscarmos soluções para que continuemos sendo “úteis”.
De qualquer forma, a IA irá interferir nas relações trabalhistas que conhecemos. A grande resposta, de como e quando isso irá acontecer, é praticamente impossível de determinarmos.
Fato é que, em escritórios de advocacia, já existem soluções que, por meio da IA, ocorre o agendamento automático de prazos para que os advogados “não sofram” na contabilização e, até mesmo, petições prontas, capazes de se adaptar ao caso específico, para facilitar o peticionamento e reduzir custos.
Mas, não podemos limitar a atuação da IA no processo de “fabricação” de um produto. Muito pelo contrário, a IA se mostra presente na análise do desempenho dos trabalhadores por meio de processamento de dados e, até mesmo, pode interferir na contração com base na análise preliminar de informações apresentadas.
Portanto, é inegável os meios e caminhos que a IA possui para mudar completamente as relações de trabalho. Mas será que o Estado consegue acompanhar para proteger a parte mais vulnerável da relação trabalhista?
- É possível a legislação trabalhista regulamentar a utilização da IA nas relações de trabalho?
Para os empolgados de plantão e os que busquem a intervenção mínima do Estado, é necessário ressaltar que a Constituição Federal deixa claro que o objetivo maior da legislação trabalhista é proteger a parte vulnerável da relação, obviamente, sempre será o trabalhador.
Por isso, é necessária uma discussão quanto a regulamentação e intervenção estatal para que não ocorra uma prejudicialidade excessiva aos trabalhadores.
Não bastando isto, temos a situação exposta anteriormente, coleta de dados para análise na contratação e desempenho ao longo da jornada de trabalho. Estamos, evidentemente, em mais uma batalha de “dados” os quais não possuem limites, podendo levar a análise da vida intima do trabalhador.
Fato é que, curiosamente, um dos advogados da Amazon, em um processo trabalhista que ocorre na justiça Norte Americana, informou que os serviços prestados pela empresa naquele país são controlados por meio de um software. (Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/588859orobo-da-amazon-que-demite-os-funcionarios)
Este sistema é capaz de monitorar e avaliar a produtividade de cada trabalhador, podendo emitir automaticamente avisos e, até mesmo, realizar demissões sem qualquer intervenção humana em determinadas situações.
O referido sistema, conforme informações prestadas pelo site, foi responsável pela demissão de 300 empregados da Amazon em um período de um ano.
Não podemos tratar o ser humano em apenas “dados”, nós somos mais que isso. É necessária uma análise que, demorará muito tempo, para que as máquinas possam realizá-las: a análise comportamental.
Imagine a situação, um empregado, que se destacou durante diversos anos, sempre engajado e responsável por diversas mudanças positivas na empresa. Entretanto, por questões familiares, diminuiu sua produtividade.
Se analisarmos apenas os dados, provavelmente, este empregado seria demitido. Entretanto, como dito, é necessária uma análise de “humano para humano”. Todos nós estamos suscetíveis a uma fase ruim e, nem por isso, queremos perder nosso emprego.
Muito pelo contrário, em um mundo perfeito, aquele trabalhador que sempre se doou para empresa deve, na verdade, ser “recompensado” para que ele consiga sair desta fase ruim e se recupere.
Por isso, vejo com bons olhos uma intervenção estatal neste sentido. Não com o objetivo de possuirmos um Estado maior e controlador, mas na verdade, um poder público capaz de atingir o objetivo da constituição cidadã.
O Estado possui o dever de intermediar essas relações, objetivando não o fim da tecnologia, mas, na verdade, objetivando o desenvolvimento conjunto das partes. Afinal, qual é o limite dos dados e qual o limite de um “chefe” robô? Chegamos, assim, a segunda pergunta de “Milhão” do artigo.
Pode ser que você se sinta revoltado, mas lembre-se: desde o início dos tempos, vivemos em contrato social definido, de forma resumida por Jean-Jacques Rousseau, como uma renúncia de direitos individuais e apresentam consentimento com o poder de uma autoridade na qual depositam confiança que é o Estado.
Para um empresário que visa sempre o lucro, independentemente da vida de seus funcionários, o software da Amazon é o mundo perfeito. Mas, obviamente, este empresário, desde que nasceu, já aderiu ao pacto social firmado.
Portanto, é necessário que seja feita uma regulamentação da aplicação da IA no mercado de trabalho. Obviamente, não se sabe até onde a IA pode chegar e, também, temos uma legislação atualmente muito defasada que sequer debate tecnologias básicas.
Entretanto, não podemos deixar de debater a necessidade de regulamentação, devido ao fato que a atual legislação não abarca alguns pontos. Na verdade, apenas ressalta a importância de uma alteração urgente, no que concerne os meios digitais nas relações de trabalho.
E você leitor, como imagina que a IA irá caminhar nas relações de trabalho?
por:
fonte: Jusbrasil