Quem se apropria da coisa pública como se fosse dono não enxerga o dever de prestar contas.
Seus filhos e seus bons amigos constituem para ele a totalidade da espécie humana.” (Alexis de Tocqueville, 1835).
O Governo federal foi tomado de assalto pela “tirania da intimidade”. Gustavo Bebianno foi acusado de mentiroso pelo filho do presidente, que divulgou mensagem de voz do pai. Dias depois, outro vazamento mostrou que mentiroso era o filho.
O apelo emotivo do ex- ministro de nada adiantou:
“Capitão, eu só prego a paz. Por que esse ataque, por que esse ódio, o que eu fiz de errado, meu Deus? Só estive do seu lado. Você vai permitir que eu seja agredido dessa forma?”.
Esse cenário nacional pode muito bem ser transferido para Bacabal, onde o filho do prefeito é chamado de Rei Davi, sua namorada é acusada de demitir servidores por pura antipatia, a esposa ocupa uma secretaria municipal e é acusada de esbravejar seu poder e fortuna aos subalternos.
A “filhocracia” manda nomear e manda demitir. O pai obedece e pede paciência com os “garotos”.
Um governo de foro íntimo rejeita valores republicanos: despreza a impessoalidade, boicota a esfera pública e confunde deliberadamente o interesse público com o privado (ou familiar).
Não é só indisposição para a impessoalidade, mola mestra do Direito Público e Constitucional, mas incapacidade de entender como ela se pratica.
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