Foto: Reprodução Gazeta do Povo
A corrupção no INSS: um esquema bilionário que sobreviveu a dois governos
A recente operação da Polícia Federal que levou ao afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, escancarou um esquema bilionário de corrupção no coração do sistema previdenciário brasileiro.
Segundo a investigação, mais de R$ 6 bilhões foram desviados por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, em favor de sindicatos e associações que sequer tinham autorização dos beneficiários.
O mais alarmante nesse escândalo não é apenas o volume do dinheiro ou o número de vítimas — aposentados, em sua maioria, pessoas vulneráveis que já enfrentam dificuldades para manter-se com o pouco que recebem.
Chama atenção a durabilidade do esquema, que operava de forma silenciosa há anos e atravessou, ileso, os governos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
Como é possível que uma estrutura desse porte tenha funcionado por tanto tempo dentro do INSS, sob os olhos de diferentes gestões, sem que ninguém a denunciasse, sem que houvesse controle, sem que alguém dissesse "basta"?
A resposta nos leva à constatação preocupante de que a corrupção institucionalizada encontra meios de se adaptar e sobreviver, independentemente de quem esteja no poder.
A operação "Sem Desconto" é, sem dúvidas, uma mancha no governo Lula, pois foi em sua gestão que o esquema veio à tona — e com seu presidente do INSS no centro das investigações. Mas ela também nos obriga a perguntar: por que o governo anterior, que se dizia implacável contra a corrupção, não detectou nada?
Por que os mecanismos de controle, fiscalização e auditoria falharam de forma tão retumbante?
Mais do que apontar culpados momentâneos, este episódio exige reflexão profunda sobre o modo como o Estado brasileiro vem tratando a coisa pública.
É inadmissível que o órgão responsável por cuidar de milhões de brasileiros tenha sido tomado por interesses escusos, operando à sombra do poder, blindado por omissões e conivências.
Que a Justiça faça sua parte. Mas que também sirva de alerta à sociedade: a corrupção, quando se enraíza, não respeita siglas partidárias. Apenas avança — silenciosa, predadora — sobre o bem público.
Quer botar culpa em Bolsonaro? Diz aí onde tá o irmão de Bolsonaro nesse esquema. Afff
ResponderExcluirNão é uma questão de culpa de Bolsonaro ou de Lula. Essa visão é míope. A resposta nos leva à constatação preocupante de que a corrupção institucionalizada encontra meios de se adaptar e sobreviver, independentemente de quem esteja no poder. Agradeço o comentário e peço que releia a matéria.
Excluir