quarta-feira, janeiro 08, 2025

O Golpe que não Deve Ser Esquecido



Em 8 de janeiro de 2023, o Brasil viveu um dos episódios mais sombrios de sua história recente. Grupos de manifestantes, inconformados com o resultado das eleições presidenciais de 2022, invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Apoiados por discursos de ódio e desinformação, essas pessoas atacaram símbolos da democracia, depredaram o patrimônio público e tentaram subverter a ordem democrática.

Por meses, muitos desses manifestantes se concentraram em frente aos quartéis, clamando por uma intervenção federal – um eufemismo para um golpe militar. O que se viu naquele 8 de janeiro foi a concretização de um desejo golpista: uma tentativa de impor pela força o que as urnas rejeitaram.

A democracia brasileira foi desafiada, mas resistiu. Graças à ação das instituições, o ataque foi contido e os responsáveis começaram a ser identificados, julgados e, em muitos casos, condenados.

Neste momento, dois anos após aquele ato fracassado, surge uma pergunta crucial: o que fazer com os chamados "golpistas"? 

Devemos julgá-los e puni-los conforme as leis do Estado Democrático de Direito? 

Ou, em nome de uma falsa pacificação, conceder-lhes anistia, abrindo caminho para uma nova tentativa – talvez mais organizada e perigosa?

A resposta deve ser clara: não podemos tolerar ataques contra a democracia. Julgar e punir os culpados não é apenas uma questão de justiça, mas um compromisso com os valores democráticos.

Relembrar o 8 de janeiro não é reviver o trauma, mas reafirmar que a democracia precisa ser protegida. Esquecer essa data seria abrir espaço para que a história se repetisse. É um dever de todos os brasileiros manter viva a memória daquele dia, para que possamos fortalecer as instituições e garantir que o poder continue emanando do povo, conforme determina a Constituição.

A democracia não é perfeita, mas é o melhor sistema que temos. E para que ela floresça, é preciso que todos – governantes e cidadãos – estejam dispostos a defendê-la, mesmo quando ela parece imperfeita. Afinal, é na pluralidade de ideias e no respeito às leis que construímos uma nação mais justa e livre.


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