Foto: rede social |
Zé Lopes segue sua batalha pela vida, mas como a vida de um artista não se resume ao seu corpo, mais também a sua obra, vivemos o paradoxo de sermos presenteado pela sua arte, na forma mais pura.
Segue mais uma obra prima do poeta:
ENTORSE
Um dia eu chorei
E te dei todo o meu amor
Sem ao menos perguntar
Se tu querias.
Um corte cirúrgico
Uma sutura
Gaze e atadura
Morfina, penicilina, adrenalina
Anestesia e dor
Um corpo
Quebrando o inquebrável
Uma voz .
Questionado o inquestionável
Um grito
Abalando o inabalável.
Entorse
Éter e formol
Agulha dos meus medos
Pílulas e pomadas.
Cura- me madrugada fria
Teu bisturi é sinergia
Alívio e agonia
Lágrimas.
E hoje eu chorei
Como um velho sozinho
Como um menino sozinho
Como um homem sozinho.
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