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Felipe Camarão - Foto: Rodrigo Bonfim |
Dr. Rogério Alves comenta o jogo político por trás do projeto do vice-governador de ser apoiado por Brandão no pleito de 2026 e apoiar o socialista na disputa pelo Senado.
O vice-governador Felipe Camarão (PT), declarou que pretende disputar o Governo do Estado com o apoio do governador Carlos Brandão (PSB) em 2026 e consequentemente, apoiar o atual chefe do Executivo para a eleição ao Senado Federal.
Independentemente da dificuldade no momento, Camarão deixou claro que continua trabalhando para ser o candidato escolhido do governador à sucessão.
Ele citou o movimento feito pelo ex-governador e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, na ocasião em que ainda estava no cargo, em apoio a Brandão, e disse contar com a simpatia do presidente Lula (PT) ao seu projeto.
A expectativa de Felipe Camarão é de que Brandão renuncie ao cargo de governador no período de desincompatibilização previsto pela legislação eleitoral - para poder disputar ao Senado -, e ele assuma o comando do Executivo para naturalmente disputar uma reeleição, como ocorreu no cenário Dino - Brandão.
“A nossa intenção é que siga a naturalidade das coisas. O Brandão era o vice do Flávio, foi um vice muito correto muito leal, aí o Flávio renunciou foi candidato a senador e foi o senador mais bem votado da história, foi ministro da Justiça e hoje está no Supremo”. Comentou Felipe Camarão.
Então, quais são as dificuldades no momento para que esse plano se concretize? O que falta para dar certo? Acho que falta combinar com os russos*
Para que Brandão renuncie ao cargo de governador no período de desincompatibilização é necessário ter “um vice muito correto muito leal”. Acontece que a lealdade de Camarão é, ainda, a Dino e não a Brandão e dificilmente o governador vai renunciar e entregar o governo no colo do petista.
Se não renunciar, quem perde é Brandão, pois Felipe deverá ser candidato a Deputado Federal, ajudando uma ampla bancada de deputados estaduais (que estarão na oposição) e o governador encerra sua carreira no cargo até 31 de dezembro de 2026, já que não pode mais concorrer a reeleição.
Mas se Felipe Camarão renunciar?
Aqui falta combinar com os russos (Flávio Dino e seu grupo). Ninguém acredita que Camarão vá deixar passar a oportunidade de ser governador, em troca de qualquer outro cargo, muito menos que ele vá permitir que a presidente da Assembléia Legislativa, Iracema Vale, fique como governadora, na sucessão de Brandão.
Esse é o complicado jogo de xadrez político que vive o Maranhão, mas a história recente mostra a receita. Carlos Brandão, quando era vice de Dino, fincou o pé, dizendo: daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. Não saiu e virou governador, quando Flávio Dino se desincompatibilizou para concorrer ao senado.
O que você acha que vai acontecer em abril de 2026? O atual vice governador Felipe Camarão já falou, agora só falta o governador aceitar:
"Então o nosso líder político hoje é o governador Brandão eu quero muito que a gente caminhe para essa mesma naturalidade: que o Brandão possa ser candidato ao Senado e seja meu candidato a senador”, disse Camarão.
A regra do jogo é essa e quem quer jogar tem que aceitar que é assim. Não tem como mudar.
EXPLICANDO A EXPRESSÃO:
Acho que falta combinar com os russos*
* A expressão do título acima popularizou-se a partir de um comentário atribuído ao craque Garrincha, na Copa do Mundo de 1958, ao ouvir preleção do técnico Vicente Feola antes do jogo contra a seleção da Rússia. O treinador dizia: vamos fazer isso e aquilo, atacar assim e defender assado.
Feola então perguntou a Garrincha, que se mostrava contrariado.
- o que acha Garrinha?
A resposta você já conhece.
- falta combinar com os russos.
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