CÁLIDO AMOR
Canta o gorjeio do tenaz passarinho,
declama o mar no seu murmúrio audaz;
no alarido se desperta o pobre ninho,
e eu sussurro o teu nome em voz de paz.
Se alastram plumas pelos vales florescentes,
socorre o campo violáceo onde crês;
no ermo ecoa a melodia dos poentes,
e eu proclamo: "Chegou minha vez."
A papoula enche o ar com doce aroma,
seu cheiro embriaga e traz renovação;
a natureza, em coro, dança e toma
o meu pensar em sensata inspiração.
Como se a vida se apartasse de meu ser,
e uma parte de mim quisesse se esconder,
o teu começo tem um fim, posso entender,
mas é no som da tua voz que vou viver.
Como a chuva que desliza em teu sorriso,
e a névoa foge ao ver o sol brilhar de vez,
grito ao mundo: és pra mim o paraíso,
teu nome envolve minha vida e minha tez.
E mais intenso agora o grito ecoa,
como se o som pudesse o tempo congelar;
o perfume das flores, na alma, entoa
a paixão que teu amor vem despertar.
Essa obra é uma versão não autorizada do poema homônimo de Lilio Remi Lago, a quem desde logo peço desculpas pela ousadia.
Leiam o original no livro "A História da minha vida em verso.
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